sábado, 25 de abril de 2009

A Esperança - I


"Buscai primeiro o Reino de Deus e a Sua Justiça e todas as coisas lhe serão dadas em acréscimo" Mt 6, 36

"Não somos completamente livres enquanto não vivemos de pura esperança." Thomas Merton

A esperança é proporcional ao nosso desapego. Caminhamos para a verdadeira liberdade quando nos soltamos das amarras que nos prendem as coisas deste mundo, as pessoas e a nós mesmos. Quanto mais confio à Deus o meu futuro, mais encontro a paz, que é sempre presente. Melhor enxergo a realidade, vislumbro as coisas e as pessoas como elas são exatamente. Só assim poderei passar pelas coisas e amar as pessoas.

Quando não possuo fico livre para amar sem esperar algo em troca. Se a minha mão esquerda não sabe o bem que a direita fez, se creio e espero firmemente, então, coloco-me abertamente a disposição de Deus e todas as coisas necessárias a minha vida me serão acrescentadas.

Quando a esperança prospera em nossa vida entramos cada vez mais na eternidade e o Reino de Deus vai surgindo, despontando, envolvendo. Por isso a felicidade dos que esperam em Deus não pode ser uma conquista absoluta. Ela é uma caminhada para a luz. É a conquista do sempre dentro do tempo.

Na esperança não existe perda. Ao abrirmos mãos de tudo, da forma a qual o mundo nos impõe, recebemos este tudo de volta como realmente ele é. E embalado em graça, coberto de paz e com a única função de ser instrumento na Obra de Deus. E tudo fica claro, transparente e certo.

Santo Agostinho só passou a entender quando deixou de questionar e entregou. Não podemos entender sem crer, amar e ter esperança. O entendimento não vem com o raciocínio lógico, mas com a abertura provocada pela esperança. Isso é que Jesus quis disser ao falar que revelará a verdade aos pequeninos e esconderá dos sábios e doutores. Porque ser pequeno é ser desapegado. Ser simples é confiar. Ser pobre é viver pela esperança. Por isso o Reino é das crianças. Se não formos como elas, que confiam plenamente no pai, pegam na sua mão e seguem seguras, ficaremos travados e bloqueados em nossa busca da lógica através das limitações humanas.

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